domingo, 17 de maio de 2015

Resenha #3: Maze Runner - Correr ou Morrer

Maze Runner - Correr ou Morrer
Autor: James Dashner
Editora: Vergara & Riba
Número de páginas: 426
Lido em: Abril de 2015

Nota:
5 SUBMERSOS (MARAVILHOSO)


Sinopse: Ao acordar dentro de um escuro elevador em movimento, a única coisa que Thomas consegue lembrar é de seu nome. Sua memória está completamente apagada. Mas ele não está sozinho. Quando a caixa metálica chega a seu destino e as portas se abrem, Thomas se vê rodeado por garotos que o acolhem e o apresentam 'A Clareira', um espaço aberto cercado por muros gigantescos. Assim como Thomas, nenhum deles sabe como foi parar ali, nem por quê. Sabem apenas que todas as manhãs as portas de pedra do Labirinto que os cerca se abrem, e, à noite, se fecham. E que a cada trinta dias um novo garoto é entregue pelo elevador. Porém, um fato altera de forma radical a rotina do lugar - chega uma garota, a primeira enviada à Clareira. E mais surpreendente ainda é a mensagem que ela traz consigo. Thomas será mais importante do que imagina, mas para isso terá de descobrir os sombrios segredos guardados em sua mente e correr... correr muito.

       Olá, submerso! Resenha nova na área!  
      Um elevador em movimento brusco. Uma luz surgindo no alto. Assim inicia “Maze Runner – Correr ou Morrer”, primeiro livro da série best-seller de James Dashner, que inspirou o filme. Uma distopia doentia, viciante e impactante.

Ele começou sua nova vida pondo-se de pé, envolvido pela escuridão fria e pelo ar poeirento e rançoso. Um tremor súbito abalou o piso sob os seus pés, metal rangendo contra metal. O movimento inesperado o derrubou, e ele recuou engatinhando, o suor brotando em gotas da testa, apesar do ar frio. Suas costas se chocaram contra uma rígida parede metálica; ele esgueirou-se colado nela até chegar a um canto do compartimento. Mergulhando em direção ao chão, encolheu as pernas bem de encontro ao corpo, esperando que os olhos se acostumassem logo à escuridão.
      O livro já inicia perturbador. O autor não perde tempo em preparar o terreno. É direto. Thomas acorda em um elevador em completa escuridão. Em um estado de confusão mental, o menino se recorda apenas de seu nome, além de ter vislumbres de lembranças confusas e estranhas. Quando o transporte para, abrem-se as portas do teto, e ele se vê observado por vários garotos, que o puxam para si com uma corda.
      Ele se encontra em um imenso pátio, cercado por quatro muralhas. A Clareira. Um lugar projetado por sabe-se lá quem, onde a cada mês um novo garoto é enviado, exposto ao medo e à amnésia. Há dois anos esses garotos buscam uma forma de fuga, sem sucesso. Assim, em conformidade com o fracasso dedicaram-se a organizar sua vida no local, determinando tarefas para cada um, além de regras. Existem várias profissões que podem ser exercidas por um Clareano: Construtores, Cozinheiros, Açougueiros, Socorristas, Aguadeiros, Cartógrafos, Desbastadores... e por último, mas não menos importante: os Corredores.
       Os Corredores são os melhores dos melhores entre os Clareanos. Responsáveis por encontrar uma saída da Clareira, eles todo dia entram no Labirinto. Um lugar misterioso e complexo, com portas de pedra que se abrem pela amanhã e se fecham à noite. Os Corredores vasculham a área diariamente e ao voltarem desenham um mapa, na esperança de compreender o sentido de tudo isso. Porém há um agravante, eles devem voltar antes da noite. Se não o fizer, ficam presos. E é aí que surgem os Verdugos.

Uma criatura grande e bulbosa do tamanho de uma vaca, mas sem uma forma distinta, girava e agitava-se sobre o chão no corredor do outro lado. Ela subiu na parede oposta, então saltou contra a janela de vidro grosso com um impacto surdo. Thomas deu um grito agudo sem poder se controlar, afastou-se bruscamente da janela – mas a coisa recuou, deixando o vidro intacto. [...] Apêndices repulsivos e aparentemente perigosos como instrumentos projetavam-se do seu corpo parecendo braços: uma lâmina de serra, uma tesoura de poda, longos espigões cujo uso só se podia imaginar.

       
       Lindo, não? Só essa descrição é suficiente para uma noite acordado. Os Verdugos são uma mistura de animais e máquinas, e sua picada causa delírios na vítima. Como se vê no trecho e na imagem, Thomas teve a oportunidade de conhecer um. E não foi muito agradável. Também há os besouros mecânicos, espécies de câmeras móveis que vigiam os habitantes da Clareira, levando informações para os Criadores, nome dado pelos Clareanos para as pessoas que os puseram naquele lugar.
       É nesse contexto caótico que Thomas se encontra. Ele agora deve encontrar uma profissão e se acostumar com seu destino. Porém, após sua chegada, a rotina da Clareira é destruída completamente, devido a uma série de acontecimentos. Primeiramente, a chegada de mais uma pessoa. Além de acontecer apenas um dia depois da de Thomas, o que é estranho, o novo habitante é uma garota. Teresa. Um aviso: ela não aparece muito. Para se ter noção, há um bom intervalo de tempo entre sua chegada e sua real importância à trama. Porém, suas poucas aparições roubam a cena. Teresa é simplesmente apaixonante, fazendo o tipo das personagens femininas das distopias que vemos hoje. “Ah, meu Cavaleiro de Armadura Brilhante. Acha que não sei me defender sozinha?”. A novata surge, para o espanto de todos, carregando um bilhete com uma mensagem inquietante.

       Outras coisas acontecem após o episódio, causando uma comoção. E é a partir daí que a vontade de encontrar um meio de fugir cresce. Conflitos, desconfianças, e vários outros sentimentos brotam desses acontecimentos. Os Clareanos estão aflitos. Cabe à Thomas encontrar a saída. E há apenas um modo: adentrar ao Labirinto durante a noite.

Newt estava certo. Naquela noite eles lutariam. Naquela noite haviam tomado uma decisão, de uma vez por todas.
        E então Dashner vai desenrolando uma aventura de uma forma sem igual. Ficamos com medo, nos preocupamos, imploramos por respostas... Sobre esse último, um ponto importante é que o autor não quer nos responder, ele só diz o que acha necessário. Assim, terminamos o livro sem entender determinados fatos.
       A história é maravilhosa e envolvente. Porém, Dashner peca em repetir diversas vezes palavras e expressões, como se sem elas não pudéssemos compreender o sentido. Além de às vezes, contar piadinhas sem graça, desmanchando a tensão da cena, o que é algo importante. Claro que tem momentos que ele acerta no humor, rendendo umas boas gargalhadas. Uma coisa inquietante é como os Clareanos principais me parecem tão indefinidos, levando em conta que na maioria das vezes são bem parecidos, e quando temos um resquício de sua personalidade sendo exposta, essa homogeneidade retorna. Tudo bem, é até lógico isso acontecer em função da vida dura, porém quem não gosta de conhecer bem quem está lendo?
       Mas mesmo assim o livro não decepciona. Apesar dos pesares, não posso dar outra nota a não ser 5 "submersos". Terminei-o com os olhos arregalados, com arrepios diante de sua magnitude. James Dashner nos apresenta a humanidade em um futuro sombrio, assustador. Quanto à edição, a capa para mim é impecável. Dá aquela curiosidade em saber do que se trata. Folhas amareladas, o que é ótimo, e uma fonte simples, porém satisfatória. Só uma dica: se você tem aversão à livros sem orelha, não compre os volumes da série em box. Mas fora isso, são tão bons quanto os vendidos separadamente. E quanto à escrita, ela é leve, compreensível e flui sem problemas.   
       O que mais me fascina é a forma como nos é apresentada uma pequena civilização, por assim dizer, que em meio a toda tensão em não saber sua origem e a causa de estar lá, consegue se estruturar para a garantia da sua sobrevivência. Então, vemos mais um episódio em que a espécie humana consegue se adaptar muito bem a diversas situações, além da criação de um novo vocabulário, o que é interessante.
       Se você é fã de distopia como eu, esse livro é pra você. Se você é louco por suspense, também. Se curte aventura, o que está esperando? Junte-se aos Clareanos! Ah, e lembre-se:

CRUEL É BOM
       Não entendeu? Desculpa, mas só lendo “Maze Runner – Correr ou Morrer”, e os outros volumes da série!

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3 comentários:

  1. Esse livro está na minha lista de futuras leituras. Eu gostei muito do filme e ouvi dizer que a obra é bem diferente e melhor. Que bom que falasse que a edição do box não tem orelha, eu tinha pensado em comprar o box, mas agora vou comprar separadamente mesmo. kkkkk

    Autor de A Página Certa
    www.laplacecavalcanti.com

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  2. Detestei o filme, pelo visto o livro deve ser bom!

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